Amaral (foto) ainda considera um desafio o exercício de um jornalismo popular de qualidade.

Amaral aponta que o povo geralmente não aparece em sua realidade cultural, mas em seu lado grotesco, feio, deformado, miserável, vítima, sem destino. A autora ainda enquadra os reality shows e os programas de auditório como populares. Em outro texto dela, Imprensa popular - sinônimo de jornalismo popular, Márcia Amaral pontua características de um jornalismo popular de qualidade. Confira:
“Pode-se dizer que o jornalismo popular de qualidade, de maneira geral, é aquele
que:
- leva em consideração a posição econômica, social e cultural do leitor e por isso fala de um determinado ponto de vista;
- expõe as necessidades individuais das pessoas para servir como gancho para aquelas de interesse público;
- representa as pessoas do povo de forma digna;
- publica notícias de forma didática, sem perder seu contexto e profundidade;
- agrega o conceito de responsabilidade social da imprensa (o dever de assumir os efeitos sociais das informações que divulga) ao de utilidade social (o atendimento a interesses concretos dos cidadãos);
- define-se pela sua proximidade com o público, pela adoção de elementos do universo cultural do leitor e conexão com o local e o imediato;
- é composto de notícias de interesse público, relatadas de maneira humanizada;
- suas notícias não têm dimensões exageradas, buscam ampliar o conhecimento do leitor sobre o mundo e substituir o ponto de vista individual pelo ponto de vista do cidadão ou da comunidade, sem se dirigir para o campo do entretenimento e do espetacular;” (AMARAL, 2006 p. 14)
Como exemplo dos programas que fizeram parte da consolidação do gênero temos: Cadeia (1979-1998), Aqui Agora (1991-1997), Programa do Ratinho, Linha Direta, dentre outros. Hoje, na televisão baiana, podemos destacar Na Mira, Que Venha o Povo, Balanço Geral e Se Liga Bocão.
Leia mais:
>> Jornalismo Popular: Modismo ou um “novo” caminho para o jornalismo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário