sexta-feira, 11 de junho de 2010

Direitos humanos x jornalismo popular

Junto com o jornalismo popular surgiram os questionamentos quanto aos parâmetros de ética na cobertura dos fatos por este viés.

Para a advogada Sílvia Cerqueira (foto), presidente da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade da OAB, os programas exibidos na televisão baiana que são classificados como populares violam os direitos humanos por exporem as pessoas. “Ainda que sejam marginais, têm direitos assegurados e não são obrigados a serem expostos da forma que são”, explica a advogada.

A advogada Sílvia Cerqueira argumenta que os programas deveriam ter cautela no momento de apresentar fatos como pessoas detidas ainda sem terem culpa comprovada, por condenarem estes indivíduos diante da sociedade.

A advogada ainda ressalta que são poucas as atividades positivas retratadas nas comunidades estigmatizadas pela violência. “A situação se agrava pelas pessoas que sofrem com essas coberturas não terem condições de reivindicar ressarcimento e também por pertencerem às minorias sociais. É preciso valorizar as atividades nas comunidades carentes. É assim: Se os alunos do bairro fazem uma gincana, se os pobres e os negros fazem ações positivas as televisões não se interessam.”

Sílvia Cerqueira esclarece que por estes programas serem exibidos em horários em que normalmente as crianças têm acesso à televisão, acaba interferindo na formação intelectual delas.

“O traficante é exibido com a arma na mão, com roupas de marca, com poder, como se tivesse êxito na prática do crime, assim, dando um péssimo exemplo para as crianças que vêem com freqüência em suas comunidades estes perfis. É necessário que estas matérias sejam veiculadas juntamente com mensagens educativas, de conscientização, esperança, demonstração de que não é positivo seguir este caminho. Sem chacotas. Sem brincadeiras”, argumenta a presidente da comissão.

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